São Paulo / SP - terça-feira, 19 de março de 2024

Menstruar ou não

menstruar ou não menstruação TPM

Um estudo realizado pela Universidade Estadual de Campinas apontou que 32,5% das mulheres gostariam de nunca mais menstruar e 40% querem uma pausa de alguns meses.

A revista científica Contraception publicou um artigo sobre a avaliação dos médicos em relação à supressão da menstruação.  Mostrou que dos 211 médicos entrevistados, os 90 ginecologistas foram os mais incisivos quanto aos benefícios, acreditando mais nas vantagens do que os profissionais ligados a outras especialidades. O estudo concluiu que a opinião médica foi o fator que mais influenciou a decisão das pacientes.

No Centro de Apoio à Mulher com TPM do Hospital das Clínicas de São Paulo, foram acompanhadas durante dois anos, voluntárias que sofriam de TPM intensa e queriam bloquear a menstruação. O estudo teve como objetivo, verificar o nível de eficácia dos medicamentos disponíveis no mercado: checar se amenizavam os sintomas, interrompiam a menstruação e apresentavam efeitos colaterais. Foram criados grupos que se submeteram à injeção trimestral, pílula anticoncepcional utilizada sem interrupção e implante de progesterona. 

Os resultados iniciais, indicam que nenhum dos métodos utilizados interrompeu totalmente a menstruação de todas as voluntárias — houve pequenos sangramentos irregulares chamados de spotting. Nesse ponto, o que teve maior eficácia foi a injeção trimestral, porém algumas mulheres chegaram a engordar até 6 quilos. Quanto aos sintomas físicos da TPM, como inchaço, cólica e dor de cabeça, o implante, que suspende a menstruação por até três anos, apresentou a melhor resultado. Novamente apenas 50% das usuárias não menstruaram. Com as pílulas, a probabilidade de efeitos colaterais foi proporcional à dosagem hormonal. Aquela com maior quantidade de estrogênio sintético pode causar efeitos similares aos da TPM. Sintomas emocionais como ansiedade e irritação foram mais bem tratados com antidepressivos.

Embora o uso de anticoncepcionais por longo período e de forma contínua pareça seguro, não existem estudos com seguimentos de vários anos para estimar o real impacto.

É fundamental consultar um ginecologista, para avaliar o seu histórico e realizar vários exames. Após o inicio do tratamento é importante fazer acompanhamentos para verificar o comportamento do organismo.

A supressão da menstruação não é recomendada para obesas, hipertensas e diabéticas descompensadas.

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 Autor:    Dra. Renata Zito

 Coautor: Sônia Regina Juliani

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IMPORTANTE.

  • Sempre procure um médico para diagnosticar doenças, indicar tratamentos e prescrever medicamentos.
  • As informações aqui disponibilizadas são de caráter exclusivamente informativo.